RIBEIRÃO GRANDE
NATUREZA GENEROSA ESTIMULA O TURISMO DE RIBEIRÃO GRANDE
Cachoeiras, trilhas, cavernas e pássaros criam cenários muito procurados pelos visitantes
A cidade de Ribeirão Grande no Vale do Alto Paranapanema, a sudoeste do Estado de São Paulo, tem o privilégio de fazer parte, com mais seis municípios, da Região Cavernas da Mata Atlântica. Abriga uma das maiores joias do turismo ecológico do Brasil, que é o Parque Intervales que guarda e preserva cachoeiras abundantes e cavernas, preserva centenas de espécies de orquídeas e bromélias e atrai dezenas de biólogos e pesquisadores além de turistas muito interessados na natureza. Destaque também para a observação de pássaros em seu habitat natural, ação conhecida no mundo por birdwatching, isto porque há mais de 400 aves nesta região.

O Parque Estadual Intervales está na área núcleo do Contínuo Ecológico de Paranapiacaba, e protege, junto com o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), o Parque Estadual Carlos Botelho, o Parque Estadual Nascentes do Paranapanema, a Estação Ecológica de Xitué, a APA dos Quilombos do Médio Ribeira e parte da APA da Serra do Mar, o segundo e mais importante corredor ecológico de Mata Atlântica do Estado de São Paulo.
Localizada em um dos mais importantes sítios arqueológicos de São Paulo e em uma região que figura entre as mais antigas da história da colonização do País, a área em foco, há pouco mais de 20 anos, está sob a guarda direta do Governo do Estado, por meio da Fundação Florestal, com vistas à proteção e preservação dessa rica porção de biodiversidade que constitui o Parque Estadual Intervales. São mais de 20 opções de passeios que misturam cachoeiras, cavernas, trilhas e lagos.

Mais um atrativo natural em evidência: os Encanados de Ribeirão Grande, que são estruturas ou muralhas de pedras construídas nas margens dos rios e ribeirões onde eram feitas as lavagens do ouro. Trata-se da maior evidência da antiga exploração de ouro do período colonial deixada pelos antepassados na região, embora grande parte dessas estruturas estejam desconhecidas, tomadas pela floresta, muitas das vezes dando a impressão de nunca ter sido explorada antes. Durante o processo de construção das muralhas, as pedras eram sobrepostas uma sobre a outra levando em conta seu formato até formar uma muralha.
E quando o tema é trilha, a oferta é muito procurada nesta cidade com uma população estimada, segundo IBGE/2019, de 7.673 pessoas e distante 242 km da Capital. Como exemplos, a Trilha da Roda D’água, com trajeto de cinco km a partir da sede, que pode ser feito de carro. Há uma pequena queda d’água que movimenta a antiga roda que era utilizada para bombear águas dos motores da região do Monte Rosa. A trilha percorrida é de mata secundária. Grau de dificuldade: fácil Há também a Trilha da Caçadinha, com oito km de trilha por mata secundária, onde podem ser vistas várias espécies de bromélias e palmeiras, chega-se à cachoeira. São cerca de três horas de caminhada. Grau de dificuldade: difícil.
Por sua vez, as cachoeiras estão à disposição dos que apreciam estar bem próximos à natureza. Só escolher: Cachoeira do Mirante, percurso de seis km entre ida e volta. Grau de dificuldade: fácil; Cachoeira da Água Comprida, percurso de 14 km. Grau de dificuldade: fácil; Cachoeira do Arcão, percurso de 16 km. Grau de dificuldade: médio/difícil e Cachoeira das Pedrinhas, percurso de 17 km a partir da sede. Na trilha de mata primária que leva à cachoeira podem ser vistas várias espécies de primatas e aves. Grau de dificuldade: difícil.

Já para quem gosta de grutas e cavernas, há muitos atrativos dessa natureza m Ribeirão Grande, que se tornou Município de Interesse Turístico – MIT, em maio de 2018. Eis algumas delas: Gruta Colorida, extensão de 600 m, possui um pequeno rio que passa em seu interior, onde a água chega na altura do joelho; Gruta do Cipó, extensão de 60 m, tem um ambiente seco e há estalagmites, estalactites e morcegos; Gruta do Tatu – próxima à gruta Colorida, com três km e meio entre ida e volta, mais o percurso dentro da gruta de 25 m. O trajeto é feito com água até o joelho. Gruta do Fendão, com percurso total entre ida e volta de 12 km. Há uma imensa fenda na rocha, no interior da caverna, com uma queda d’água; Gruta do Fogo, o trajeto de dois km até a entrada da gruta pode ser feito de carro. Com uma extensão de 130 m, possui um pequeno rio que é atravessado na maior parte do trajeto.
Como toda cidade tem a sua história, é provável que o povoado de Ribeirão Grande surgiu a partir da vinda de dois irmãos Manoel Nunes Ferreira e Francisco Nunes Ferreira, que ergueram suas casas as margens do rio Ribeirão que mais tarde deu origem ao nome do município. O fato se deu por volta de 1800. Daí o município cresceu principalmente com o desenvolvimento dos núcleos Freguesia Velha à margem direita do Rio das Almas, à margem do Rio Ribeirão Grande o Bairro dos Cruzes em torno da Casa Grande, e o povoado de Ribeirão Grande em torno da Capela do Bom Jesus, padroeiro do município.
Desenvolveu-se por diversos ciclos econômicos: exploração do ouro, tropeirismo, mineração, agricultura e turismo. Sua culinária é rica em pratos à base de milho verde, e mantém uma tradição festiva religiosa há mais de 20 anos, conhecida como a Festa do Milho Verde da Paróquia Bom Jesus de Ribeirão Grande em meados dos meses de abril e maio. A tradição cultural e gastronômica tornou o município conhecido em todo Estado com a dança típica Fandango de Tamanco Cuitelo e o prato tradicional das famílias ribeirão-grandenses, o famoso Rojão, hoje reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial de Ribeirão Grande.
Mais informações: www.ribeiraogrande.sp.gov.br